quarta-feira, 21 de novembro de 2012

minha casa, meu reino

quando eu era pequena, morava numa casa cheia de gente. era mãe, irmã, avós, tios... uma barulheira sem fim. eu odiava. nunca me senti bem no meio da muvuca. na época de escola, era meio complicado, porque eu nunca podia fazer trabalho em casa, mesmo morando a poucos metros da escola. pouco espaço e muita confusão, sabe como é. além disso, eu tinha vergonha, porque minha casa e minha família não eram o que se costumava ver por aí. e criança sabe ser muito cruel quando quer, então eu ficava na minha e não levava quase ninguém em casa.
crescida e com o trauma superado, eu sempre achei que quando tivesse a minha casa ela estaria sempre cheia de gente. quando mudei, realmente, convidei bastante gente pra conhecer o novo lar e, confesso, tive várias decepções. as pessoas, na verdade, não estão nem aí. marcam e não aparecem, cancelam em cima da hora, chegam horas depois do combinado.... e isso me irrita. acho uma tremenda falta de respeito e consideração. mesmo.
de uns dias pra cá, tenho percebido que não gosto tanto assim de receber. calma. na verdade eu gosto, mas me sinto meio... insegura? exposta? invadida? não sei. acho que é pelo meu histórico, mas eu realmente me sinto meio estranha com a tarefa de anfitriã. não por nada, mas não sei ficar perguntando se os convidados estão bem, servindo mil coisas e começando conversas interessantes que acabam no minuto seguinte. não consigo. me sinto meio falsa, forçando uma situação que deveria acontecer naturalmente. sim, eu sou esquisita.
é claro que algumas pessoas são tão íntimas que isso não se aplica. elas podem chegar, tirar o sapato, deitar no sofá, tomar banho... é como se já morassem lá. mas, na maioria dos casos, me sinto um tanto quanto exposta, é verdade. minha casa é como meu reino, onde eu posso ser eu mesma, sem precisar tomar tanto cuidado com o que eu falo ou deixo transparecer na frente de quem quer que seja.
é, pois é. acho que estou ficando velha...

terça-feira, 12 de abril de 2011

habemus pinguim de geladeira

e daí que faz um tempão que eu quero escrever e não consigo. o cansaço e as obrigações não deixam, mas a vida tá uma delícia. mudou todinha. primeiro que a reforma acabou e já estamos em casa, faz uns 20 dias. muitos afazeres domésticos, muitos horários pra cumprir, muita louça pra lavar, mas tá valendo. dormir e acordar junto todo dia faz toda a diferença. e juntos naquelas, por que cada um tem um horário. eu durmo cedo, ele dorme tarde, mas a gente se encontra e conversa meio dormindo e fica tudo bem. eu vejo que fizemos a coisa certa quando paro pra pensar na quantidade de coisas que essa mudança impulsionou. essa semana começamos, os dois, em empregos novos. é, pois é. quando eu falo em vida nova é o pacote completo. ainda estou me acostumando com as panelas e o ferro de passar roupa, mas é essa a vida que eu sempre quis, foi com isso que sempre sonhei. tenho uma marido (que me ama) pra chamar de meu. e o que falávamos, desde o início, que era indispensável era o tal do pinguim pra morar em cima da geladeira. hoje ele chegou. acho que não falta mais nada, além do box, que vai ser instalado amanhã (adeus, banheiro alagado!) e do armário de cozinha, que o magazine luiza precisa acabar de montar. mas me diz: quem liga pra isso quando se tem um pinguim charmosérrimo em cima do dignissimo refrigerador?

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

infinita enquanto dura

então, a reforma. tardes lindas e quentes passadas dentro da leroy merlin, indo de um departamento pro outro enquanto o vendedor não entende que não, eu não preciso de um piso de $ 146 o metro quadrado. fiquei uns três dias com as pernas doendo horrores por causa dessa bateção de perna, mas está tudo correndo bem. bem demorado. a reforma começou há três semanas e ainda tem muita coisa pra ser feita. precisaremos comprar mais cimento, mas vou aproveitar e comprar também o armarinho lindo pro banheiro. passo tardes inteiras comparando preços de eletrodomésticos na internet. me jogo em cada colchão de cada loja no meio do caminho. faço mil listas de utilidades domésticas e discuto preços com mamãe, que me deu um sofá e uma cadeira de balanço, mas tô feliz da vida. mais feliz, só quando virar a louca do cartão comprando tudo o que eu preciso pra casa nova. a promessa é: até o fim do mês a gente muda. chega logo, fim do mês, por favor!

domingo, 16 de janeiro de 2011

achamos!

depois de visitar uma casa, quatro apartamentos, ver milhares de anúncios e ligar pra dezenas de imobiliárias, achamos nossa futura casa. é um apartamento fofo e bem ajeitado, que fica em um lugar que a gente nem estava procurando, mas que é incrível. foi de repente, depois de, não sei como, cair no site de uma imobiliária e ver o anúncio sem foto com um preço chamativo. ligamos e no dia seguinte eu estava entregando os documentos para o corretor, com a promessa (cumprida) de visitar o dito cujo no dia seguinte. precisa de reforma, mas é tão bonitinho e vai ficar tão com a nossa cara que vale a pena. já compramos o material para a obra e eu já estou a mil por hora pensando nos eletrodomésticos, móveis e utilidades domésticas. e feliz, viu. nossa, como eu estou feliz! agora, mãos à obra, que meu tempo livre diminuiu bastante por conta de tudo isso. vou dando notícias...

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

o cansaço insano

um apartamento. dois. uma casa. outra. a vida de quem pretende mudar de casa não é nada fácil. além de pesquisar preços pela internet e bater perna atrás de promoções, a busca por um novo lar cansa. e como cansa! já visitei umas quatro casas. em duas delas, estava na metade do caminho, levando os documentos pra iniciar o processo do aluguel quando fui informada de que algum filho da puta ser humano tinha chegado na minha frente. desanima. desgasta. cansa, ainda mais. enfim, a busca continua. o namorado dá aquela força pra eu não surtar, mas, pra piorar tudo, estou no meu inferno astral. a verdade é que ninguém me disse que seria fácil.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

a primeira visita

na bela manhã de hoje eu fui visitar meu primeiro apartamento. quer dizer, segundo, se contar o decorado que eu fui ver na barra funda uns dois meses atrás. esse decorado eu tive sorte de não ter dinheiro pra comprar, por que depois vi uma reportagem na televisão que denunciava um monte de falcatruas da construtora. o fato é que eu acordei cedo e me mandei com o namorado pro prédio, já que ele tinha visto o lugar um dia antes. não preciso nem falar que fiquei encantada, imaginando cada móvel e cada utensílio dentro do apartamentinho reformado. cheirava a tinta, o bonitinho. enquanto estava lá dentro, esqueci que à noite a rua pode ser perigosa, que o entorno não é muito limpo e que devo ter mais vizinhos dormindo na rua do que dentro do próprio prédio. me senti acolhida, sabe? sempre me sinto assim quando vejo um lugar que pode ser minha futura casa. bom, o tal do seguro fiança e o desconforto do meu namorado com o local não permitiram que a gente fechasse negócio - ainda. mas eu não perco a esperança. imagino o que vai ser das próximas semanas. vou ficar extremamente sonhadora e carente cada vez que visitar uma possibilidade de futura casa. 

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

a decisão

decidimos que vamos juntar as escovas de dente. namoramos há seis anos, mas confesso que a decisão foi tomada meio no susto, de repente, depois de um assalto e a minha decisão de mudar de casa a qualquer custo, aliada à uma promoção dele no emprego. unir o útil ao agradável, por que não? estamos, agora, enlouquecidos fazendo contas, planejando gastos e sonhando com classificados e anúncios de imóveis. a única coisa que eu consigo pensar agora é: eu enlouqueceria se, além disso tudo, precisasse organizar uma festa de casamento!